Semana passada chegou um circo na cidade! Quando chega um circo na cidade parece que a alegria vem junto. Circo lembra palhaço, que lembra alegria, que lembra gargalhada, que lembra risada, que lembra coisas boas! Circo lembra infância, uma época da vida que não temos grandes preocupações, que vivemos para brincar, para nos divertir, que todo mundo é nosso amigo, nosso aliado nas brincadeiras, nas invenções, nos sonhos!
O circo foi armado ao lado da escola, da minha escola! Acompanhamos os trabalhos em cada intervalo das aulas, nas passagens pelo pátio, na hora que saíamos para o almoço, para voltarmos para casa! Vimos a lona ser lavada depois do circo montado, e cada vez que observávamos víamos o circo se tornar realidade!
Adoro circo, mas esse circo não era um circo qualquer, não era um cirquinho pequeno como os que estamos acostumados a receber na cidade, esse circo era um dos circos da companhia de circos do Marcos Frota. Ééééé, Ele mesmo, o Marcos Frota, o Tonho de Mulheres de Areia, um dos melhores personagens vividos por ele, daquele personagem cego, que não lembro o nome nem de qual novela ele era. Ele veio para um fim de semana, e um começo de semana!
Ele, o circo, acho que seria melhor dizer a turma do circo, (não sei se dizemos troupe, não sei se dizemos grupo, não sei se dizemos elenco), mas o pessoal do circo se apresentou na sexta, no sábado. no domingo e na segunda, ontem foi o último dia na cidade!
E eu, fui ao circo ontem! Amei cada momento! Começou com um show de chicote, fazia um barulhão... Minha sobrinha, a Rayane chorou com medo! Depois vieram os palhaços. e outras tantas atrações, muitas atrações, daquelas que os rapazes e as moças se enrolam em panos, fazem mil rodopios, vôos! Se enrolam nos panos, sobem até o alto do circo e de repente despencam no ar, fazendo a gente perder o fôlego e desejar estar no lugar deles para sentir a sensação do vôo, da liberdade de romper os ares e sentir-se parte do ar!
Nem se respira para não perder nem um movimento, e observa-se cada detalhe para ver se é verdade a forma como eles sobem naquelas escadas, como eles sobem naquelas tiras de panos dependuradas, a leveza dos movimentos, a forma como eles usam o corpo, ás vezes parece um arco, às vezes parece que o corpo não tem forma e que eles o moldam a sua vontade!
O ar do circo é mágico, mas estranhei esse circo porque ele não tinha as arquibancadas, ele tinha cadeiras em volta do picadeiro! Não sei se isso o fez perder um pouco da magia, só sei que senti falta de poder subir as arquibancadas procurando o melhor lugar, procurando amigos com os olhos para poder sentar junto, rir junto, se divertir junto!
Depois de números de malabarismos, de vôos, de despencamentos, de apresentações dos palhaços, de equilibristas e até a surpresa de um ator que trabalhou na malhação, finalmente um intervalo para que as meninas pudessem tirar fotos com o ator de tv, que as pessoas pudessem comprar pipocas, algodão doce, tomar água ou um refrigerante, e também para que eles pudessem arrumar a rede para o número de trapezistas, que foi muito bom também!
Movimento é uma coisa que me deixa fascinada, amo movimento, e cada número era como dançar no ar, pendurado numa escada, numa corda ou numa tira de pano. E sentimos tanto quando termina! Mas termina e a vida continua!
Hoje o circo foi embora, quando cheguei na escola eles estavam começando a desarmá-lo, de certa forma acompanhei o desmanche de um sonho que se vai, mas vai para outros lugares, levar alegria, diversão para outras pessoas, de certa forma fico me sentindo com uma vontade de arrancar raízes e acompanhá-lo, mas não nasci para o picadeiro, nasci para o palco da minha sala de aula, onde aos poucos vou me tornando uma atriz melhor a cada dia!